26.10.05

RSS é um tipo de DSI

Há um mês atrás, um amigo me apresentou o site www.netvibes.com. Ele é uma start page, ou seja, um agregador de notícias que você pode configurar do jeito que quiser. Segundo um amigo, Gustavo Moura, envolve conceitos de Rich Internet Applications e aplicação de AJAX. (se alguém se interessa por tecnologia vale a pena procurar saber mais a respeito) Enfim, pra configurar esse maravilhoso agregador é preciso apenas cadastrar os endereços das páginas que vc quer que apareçam nesta sua start page.
Bem, só que para isso o site que vc deseja cadastrar deve ter um RSS que é um arquivo gerado por alguns sites em formato de ficheiro sobre os assuntos que este contém, geralmente em XML. O arquivo é atualizado automaticamente sempre que houver alterações no site. Por meio da Start Page é possível verificar o conteúdo de vários sites de uma vez.
Olhando de perto, isso me é familiar. E pra você? Não parece um serviço de Disseminação Seletiva de Informação - DSI? Mera coincidência? A página que carrega vários RSS serve como referência, onde o usuário pode cadastrar suas preferências de leitura e ter as atualizações à mão. Essa é uma ferramenta e tanto na mão de bibliotecários de referência e os sites estão descobrindo-a agora. Segundo a IDG Now! "Ao usar o RSS, você não precisa visitar todos os seus sites favoritos para saber o que eles publicaram, pois um software o avisa toda vez que uma nova informação for publicada."

Creio que muito do que nós, bibliotecários, aprendemos na academia está apenas mudando de nome e informatizando-se.

24.10.05

E o bibliotecário? Mas não é cientista da informação?

Eu participo de uma lista de discussão sobre Bibliotecas Virtuais, a Bib_virtual mailing list (Creio que as listas de discussão nos mostram várias visões e nos permitem estar mais cientes das diversas realidades que existem). Hoje, nesta lista, veio uma discussão relacionada ao domínio de profissões liberais. Não há uma para Biblioteconomia, ou melhor, para bibliotecários (apesar desta profissão estar listada na CBO). E como sempre, o que é muito comum na área, alguns profissionais se revoltam. (Creio que a culpa disso começa na própria classe que, a meu ver, é desunida) Inicia-se assim uma longa discussão sobre o nome da área, do curso, enfim. Biblioteconomia ou Ciência da Informação? O termo Biblioteconomia não abarca tudo que o profissional desta área faz hoje. Certo? Eu concordo. Mas creio que a discussão terminológica mais atrasa nossa área do que faz avançar. Hoje, um colega da lista, Nilton Santos, fez um comentário que, creio eu, explica muita coisa e principalmente complementa o que escrevi em meu artigo sobre Arquiteto de Informação ser bibliotecário:
A biblioteconomia nasceu na Ordem do Livro, quando o mais importante processamento da informação desenvolvido pela sociedade se situava no livro e na biblioteca. Daí vinha o prestígio do bibliotecário. Ele era um "guardião" e processava 99% da informação processada na sociedade. Hoje se trabalha com processamento da informação em todos os rincões da sociedade e as bibliotecas trabalham com uma infima parte da informação processada por ela.[...]E o bibliotecário que era um especialista em processamento da informação e que poderia ocupar um papel importante ocupando novos espaços vai ficando para trás, vai ficando à margem. Isto porque não consegue entender que mesmo quando tenta abordar a internet por exemplo, faz isto a partir de uma tecnologia específica da biblioteca (incapaz de tratar de sistemas complexos). É preciso rever as teorias da informações de modo que elas sejam capazes de pensar não apenas a biblioteca, mas qualquer sistema de informação. É necessário repensar a teoria, os sistemas e as profissões ligadas à ciência da informação. [...] não adiantaria também chamar o bibliotecário da informação de profissional da informação quando a própria ciencia da informação cai no mesmo erro.

14.10.05

Arquitetura de informação é Biblioteconomia?

AI é a sensação do momento. Aliada a Usabilidade e Ergonomia tem sido ditada como extremamente necessária na construção de websites. É claro que no meio caótico da Internet alguém que se predisponha a organizá-la será sempre bem vindo mas afinal, o arquiteto de informação faz o quê? Quem é ele?
Analisar o fluxo de informação, fluxo de navegação de webistes, trabalhar com a hierarquia de informação do conteúdo do website... É o bibliotecário virtual! É ele quem vai auxiliar o usuário a encontrar o que procura!
É, o termo bibliotecário hoje não condiz muito à realidade. Digo isso porque a formação do bibliotecário hoje não está voltada somente para livros. Formação? Sim, bibliotecário tem formação e de nível superior. São 4 anos de estudos sobre filosofia, literatura, análise e controle de informação (que envolve as clássicas matérias de classificação, catalogação e indexação), estudos de usuários, administração, planejamento e gerência de sistemas de informação, serviços de informação, planejamento e elaboração de bases de dados e outras específicas que dependem da área em que o profissional pretende atuar. Essas áreas vão desde áreas muito especializadas como Medicina, Direito, Engenharia e Ciência da Computação até Artes, Cultura e Marketing. O campo de atuação para o bibliotecário não tem limites. Aliás, o limite é a imaginação deste profissional.
Com o peso do tradicionalismo nas costas destes profissionais, as novas tecnologias parecem não abarcar essa área, o que vem prejudicando a imagem dos novos profissionais que entram no mercado pensando justamente em fazer a união entre estes dois: tradição e tecnologia.
Nós, profissionais da informação, temos uma longa jornada pela frente. A discussão na área sobre a mudança de nome do curso de Biblioteconomia para Ciência da Informação é apenas o começo.

Escrevi um artigo para o Webinsider sobre o Bibliotecário e o Arquiteto.
Bibliotecário é Arquiteto de Informação, sabia?.